sábado, 18 de junho de 2011

Final do Curso, início da prática...

           Agora como aluno e fazendo parte de um grupo muito eficiente e participativo como o grupo de colegas do Polo de Tio Hugo, gostaria de deixar meu abraço a todas as colegas, desejar que a prática daqui em diante seja ainda mais eficiente. Esperamos que em outras oportunidades possamos nos encontrar para novas discussões e desafios. À colega de grupo Diana um muito obrigado pela parcipação e colaboração para que o nosso trabalho fosse o melhor possível. Deixo aqui, em especial, um muito obrigado e um abraço pela brilhante condução dos trabalhos da Professora Maria Clara. Mais uma vez um muito obrigado pela colaboração da nossa tutora a distância Betina. À tutora Gabriela, muito obrigado pelo incentivo e condução das avaliações das nossas atividades. À colega e tutora presencial Ligia, um abraço e até breve para novos desafios.


            Que os atuais e futuros leitores sejam a nossa grande meta. Mediadores para o saber e para a cultura.

                                                                                                       Nadir Bortolini

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Avaliação do Projeto de Ensino

Prezadas professoras e tutoras do Curso Mediadores
É importante registrarmos que a elaboração e aplicação do Projeto Machado de Assis foi muito gratificante, pois proporcionou a utilização dos recursos tecnológicos para abordarmos um objetivo previsto para turma de forma criativa e diferenciada. A experiência foi positiva e compensadora, pois a turma adorou desenvolver o projeto.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Caso da vara - Conto de Machado de Assis, reescrito




“O CASO DA VARA”, CONTO DE MACHADO DE ASSIS, REESCRITO

Jesuíno servia o exercito por vontade de seu pai, mas lá pela metade do ano de 1955 resolveu que não ficaria mais naquele lugar, sentia horror de obedecer às ordens dos coronéis e a solução era fugir imediatamente. Muito corajoso e decidido passou a mão em sua bagagem e saiu sem rumo, sem saber nem mesmo por onde andava, porque as ruas na madrugada escura e gelada eram desconhecidas para ele.
Já cansado de tanto andar parou para pensar que destino tomaria.  Para sua casa não poderia nem pensar e voltar, seu pai um homem muito severo além de castigá-lo o mandaria de volta para o exercito na mesma hora. Pensou por mais alguns instantes e lembrou-se do seu tio e padrinho Pedro Leão. Seu tio Pedro, foi à mesma pessoa que o levou até o trem para Jesuíno seguir para o exercito e sabia que Jesuíno resistia em servir o quartel, recordou da fala que teve a se despedir do seu Tio:
- Tio, sigo neste trem muito infeliz! O senhor sabe que não quero ir para o exercito!
- Coragem! Respondeu-lhe o tio Pedro Leão, o tempo passará depressa e logo estará de vota.
Jesuíno não teve outro jeito, entrou no trem e segui viagem ao destino lhe incumbido pelo pai.

Mas pouco depois a fuga foi consumada, agora assustado e sozinho, sem ninguém para aconselhá-lo se dirigiu para a casa do tio, única pessoa que poderia ajudá-lo.
E Jesuíno falou sozinho:
- Vou me apegar com madrinha sinhá Ana, a madrinha não vai se recusar em ajudar convencer o Padrinho aceitar que eu não volte mais para o exercito.
E assim fez.
Sinhá Ana, esposa de Jesuíno mulher de aparência muito atraente e chamava atenção dos donos das fazendas, e senhores dos engenhos e Jesuíno sabendo dos galanteios aproveitou-se da situação. E entrando na casa da madrinha Sinhá Ana quase a matou de susto.
 - Meu Jesus Cristinho será isso uma aparição? Gritou a madrinha com os olhos saltando do rosto, Jesuíno se recompondo do susto que também levou por motivo do grito de pavor da madrinha, ajoelhou se aos seus pés e implorou silêncio que lhe explicaria tudo. Jesuíno começa a falar já com tom de que não estaria brincando e a chantagem era expressa em todas as palavras, a Madrinha Ana entendeu o recado e percebeu que o afilhado não estava para brincadeiras e precisaria convencer o esposo Pedro Leão não entregar o afilhado de volta aos coronéis do exercito, porque naquele momento sua vida também estava em jogo. Tentou convencer Jesuíno a voltar para o exercito, que servir a Nação era um privilégio para os jovens daquela época, mas o afilhado não estava fim de receber conselhos de ninguém, sua decisão era não voltar nunca mais para aquele lugar.
 E interrompeu Sinhá Ana ordenando que convencesse seu padrinho a não falar nada para seus pais. Sinhá Ana não teve outra saída mandou chamar Pedro Leão e com voz tremula falou:
- Pedro nosso afilhado fugiu do quartel e está escondido na senzala, preciso que me ajude a mantê-lo aqui escondido dos coronéis que não tardarão procurá-lo por essas bandas.
Pedro retrucou que não poderia tomar tal atitude como ficaria diante dos compadres senhor José e dona Marieta?
- Ou você fique calado Pedro, ou junte suas coisas e vá se juntar aos escravos na senzala porque dentro de casa você não permanecerá mais.
Pedro Leão conhecendo bem a esposa e percebendo que Sinhá Ana não estava brincando e que quando ficasse brava até o diabo sentiria medo, o melhor seria concordar com seus planos.
 Os dias seguiram normalmente na fazenda Leão, os escravos trabalham em silêncio e Jesuíno sempre pela redondeza, não poderia aparecer muito porque de vez enquanto alguns soldados do exército passavam por aquela região a fim de dar uma vasculhada para ver se tinham alguma pista do fugitivo Jesuíno, mas ninguém sabia nada, nunca ouviram e nem viram nada.
Até que um dia Jesuíno se engraçou com a escrava Ritinha esposa de um escravo de confiança do senhor Pedro leão, Sinhá Ana estava por perto e viu tudo.
Chamou seu afilhado e falou:
A gora Jesuíno as coisas inverteram é você quem está na minha mão, ou você obedeça minhas ordens ou te mando de volta para o exército. Jesuíno percebendo que sua madrinha Sinhá Ana falava sério disse: saberei daqui por diante que suas atitudes dependem das minhas.
Os dias passaram e Jesuíno tornou-se muito amigo de uma escravinha de sua madrinha Sinhá Ana chamada Joaninha, que passava horas de converse como novo amigo. Certo dia, porém Sinhá Ana ordenou que sua escravinha Joana de mais ou menos 14 nos terminasse as tarefas lhes concedidas até o anoitecer, mas Joana se envolveu ouvindo as conversas alheias, brincando com os escravinhos menores, chegou a noite e nada de tarefas cumpridas. Foi então que Sinhá Ana enfurecida chamou por Jesuíno que lhes trouxesse uma vara com a qual riscaria a pele da escravinha, que chorando pediu proteção a Jesuíno, implorando a sua ajuda, dizendo que retornaria ao trabalho e que não pararia mais até terminar a tarefa designada para ela. Joana suplicava a proteção de Jesuíno, ela sabia que Sinhá Ana iria lhe arrancar sangue e seu destino seria também ser chicotado no tronco. Jesuíno fica em dúvida se ajudasse Joaninha seria entregue para o escravo esposo da escrava Ritinha e quem pararia no tronco seria ele. Jesuíno então ao ver o desespero da escravinha fez uma proposta para Sinhá Ana da-nos até 8 haras da noite se a escravinha Joaninha não terminar o trabalho para ela destinado até esse horário  entrego lhe duas varas uma para ela e outra para mim, seremos nos dois castigados  e chicoteados, enquanto Joaninha der conta dos afazer prepararei um chá que aprendi no exército para nos tomarmos sentados na varanda. Sinhá Ana aceitou o desafio, sabia que Joaninha apanharia de qualquer jeito, as tarefas eram difíceis de serem realizadas e levariam muito tempo.
Jesuíno carregava sempre consigo um frasco com calmante em gotinhas que quando estava deprimido e com insônia tomava e dormia profundamente.
 Enquanto Sinhá Ana espera para ver o trabalho de a escrava Joaninha ser terminado, Jesuíno foi para a cozinha preparou um chá de ervas, mas colocou no chá de Sinhá Ana algumas gotas do calmante que a fez dormir quase que instantaneamente.
Jesuíno percebendo o sono profundo de Sinhá, rapidamente foi até Joaninha onde os dois juntos num ritmo acelerado executavam as tarefas que estavam propostas a serem concluídas até as 8 horas da noite, claro que seria impossível para Joaninha concluir todos os afazeres a ela destinados até essa hora, e lá pela 1 h e 30 minutos da madrugada tudo pronto, limpinho e em ordem, Joaninha recolhe-se para seus aposentos. Jesuíno deitou se na rede da varanda e fingia dormir, mas fez alguns barulhos para acordar Sinhá Ana, que acordou assustada, passou a mão na vara que Jesuíno já teria buscado e deixado ao lado de Sinhá par uma possível surra em Joaninha, se deslocou rapidamente até a sala e ficou ali admirando tanta perfeição, tanto capricho largou avara e correu até Jesuíno ordenado que levantasse e fosse ver o impossível aconteceu, Janinha acabara todas as tarefas e Sinhá Ana estava muito satisfeita, sem olhar para o relógio ainda meia sonolenta se deslocou até seu quarto onde dormiu profundamente.
Amanheceu o dia e Jesuíno e a escrava Joaninha não podiam esconder o ar de felicidade e quase que num impulso Jesuíno gritou: Joaninha quer ser minha esposa? Sinhá Ana quase desfaleceu de susto, mas Joaninha rapidamente respondeu sim Jesuíno, se minha dona a Sinhá Ana conceder a minha mão a você aceita sim.  E Sinhá Ana não teve outro jeito, diante daqueles olhares de carinho e respeito viu que ali nascia um grande amor e permitiu que seu afilhado Jesuíno casasse com sua escravinha e assim se livraria de dois problemas de uma só vez: Casado Jesuíno não precisara mais retornar ao exercito, cumpriria se descoberto fosse, sua pena, ali mesmo na fazenda e se livraria da rebeldia e da desobediência da sua escrava Joaninha.
 O casamento foi marcado, os pais de Jesuíno compareceram a festa do casamento e se mostravam muito felizes, porque pensavam que Jesuíno tivesse desaparecido para sempre. Notava-se o brilho de felicidades nos olhos dos pais e familiares do noivo mesmo que esse casaria com uma escravinha que também é um ser humano, só de cor diferente, mas que merece o respeito dignidade como todos os outros cidadãos.

                                                                              Normal/2011
PROJETO DE ENSINO

Grupo: Diana Lurdes Muraro e Nadir Bortolini


1. TEMA: Machado de Assis: História, Cultura, Literatura.

2. OBJETIVO GERAL
Promover reflexão sobre a Vida e Obra de Machado de Assis, salientando aspectos que interferem na História, Literatura e Cultura do Brasil, destacando leitura das principais obras do Autor, em especial, o Conto: “O caso da Vara”.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Entender a Obra de Machado de Assis como forma de interlocução no tempo e no espaço, durante um significativo período da História do Brasil, realizando a leitura das principais obras sobre os novos desafios e problemas do meio urbano, destacando a Cidade do Rio de janeiro.
· Criar gosto pela obra literária, tomando como ponto de partida a leitura de Machado de Assis, em especial, a trilogia “Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro e Quincas Borba”, juntamente com alguns contos famosos como, “A cartomante e O caso da Vara”.
· Construir um leitor capaz de interpretar Machado de Assis, através do acesso a vídeos, blogs, documentários disponibilizados nos meios tecnológicos.
· Reconhecer a existência de diferentes enfoques na obra do Escritor, em especial, nos aspectos mais importantes: “A vida urbana da elite do Rio de Janeiro e a discussão sobre o adultério”.
3. ESTRATÉGIA:
Para o desenvolvimento do Projeto serão utilizados os seguintes recursos didáticos e tecnológicos:
· Pesquisas realizadas pelos alunos no laboratório de informática da Escola Padre Benjamin Copetti, na qual será pesquisada Vida, Obras de Machado de Assis. A pesquisa será organizada em três grupos de quatro alunos. Cada grupo irá pesquisar um tem um aspecto importante sobre o Autor ou Obras.
· Passar para os alunos o Filme “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, com o objetivo de despertar maior interesse e de fornecer mais subsídios para os grupos estudarem e pesquisarem os temas propostos.
· Os Professores disponibilizarão um Blog no qual os grupos postarão em PowerPoint os materiais produzidos;
· Será oportunizado aos alunos postarem no blog comentários do material pesquisado, bem como links de acesso a ele, o blog será o caderno de estudos da turma e servirá também como seminário integrador;
· Aplicar um questionário de opinião para os alunos sobre a metodologia aplicada no desenvolvimento do projeto e os resultados obtidos.
Obs: Todas as atividades serão realizadas no laboratório de informática da escola.
 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Início: 31/05/2011
Término: 15/06/2011

4. JUSTIFICATIVA
O Projeto será aplicado em uma turma do segundo ano do Curso Normal da Escola Pe Benjamim Copetti do Município de Sobradinho. É uma turma de alunos provenientes de Escolas Públicas Municipais e Estaduais da Região, que se submeteram a um processo de seleção para ingresso no Curso Normal, antigo Magistério, que busca a qualificação para atuarem como professores.
Motivados, principalmente, pela importância de Machado de Assis no cenário da Literatura Brasileira e atendendo aos conteúdos específicos da 2ª Série e do Curso Normal, na Disciplina de Literatura, serão desenvolvidas atividades e estudos para conhecer melhor a Vida e Produção Literária do Escritor.
A escolha deste objetivo de aprendizagem com tal ênfase justifica-se pela necessidade de desenvolver o gosto pela leitura e pesquisa literária nas futuras professoras visando formar animadoras de leitura, que saibam transferir para os alunos de séries iniciais do Ensino Fundamental o gosto pela leitura como suporte para a produção de textos. Objetivamos, também, que essas habilidades sejam desenvolvidas com apropriação dos vastos recursos tecnológicos existentes hoje nos meios de informação e comunicação.
5. ATIVIDADE FINAL DO PROJETO
                Os alunos farão a leitura do conto “O caso da vara” e, após, a turma, por ser pouco numerosa, vai escrever uma paródia, reescrevendo o conto para uma situação real ou imaginária, vivenciada ou criada pelos componentes do projeto.
6. AVALIAÇÃO
                Os objetivos serão considerados alcançados e os alunos realizarem satisfatoriamente todas as etapas do projeto, demonstrando que entenderam tudo o que pesquisaram sobre Machado de Assis, assistiram ao filme e fez a leitura do conto “O caso da vara” produzindo uma paródia.

                                                                                                            Sobradinho, 30 de maio de 2011.

                                                                                                                             Diana e Nadir

domingo, 29 de maio de 2011



Neste mundo de correria e conturbado
Onde o choque de cada dia nos deixa assustados,
O medo de encontrar o desconhecido nos acompanha
E nos faz andar sempre desconfiados.

Assim passamos os dias à procura de alguma coisa
Que muitos de nós já não acreditamos mais.
O desconhecido amor
Que talvez  deixamos para traz.

Ao encontrar este desconhecido, a surpresa nos revela
Que em meio a um mundo tão veloz,
A felicidade surge em aquarela
Pintando nossas vidas com novo colorido.

Nadir e Diana

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que Águas do Mel tem que não é doce?



Quem poderia dizer que Machado de Assis pudesse ter reescrito um caso de adultério, parecido com os seus costumeiros nas principais obras por ele publicadas, numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.  Em Águas do Mel viviam, tranquilamente, duas famílias, ambas com casal e dois filhos. Melina era uma linda garota do casal Adriano e Vera. Marquito era um garoto, cheio de vida, filho de Arthur e Adelaide. Melina e Marquito frequentavam juntos à mesma escola e passavam o domingo à tarde jogando vôlei com os demais colegas. Poderiam ate parecer um casal perfeito, se vistos pelo lado tão cordial e amigável como se tratavam.
Tudo corria às mil maravilhas até que um jovem, já com seus dezoito anos, chegou à cidade, vindo do Planalto Médio, com a finalidade de trabalhar numa casa comercial de um parente instalada já há muitos anos nessa localidade. Ele também era muito vistoso e, poder-se-ia dizer, com panca de conquistador. Deolino era o nome daquele que estaria prometendo muito.
Passaram-se dois anos e os pais de Marquito compraram terras em Santa Catariana, para onde foi morar, deixando uma parte das terras na localidade, só mato fechado, sem vender. Certamente, houve uma despedida e os dois, e um olhar profundo e cativante calou forte nos corações de Marquito e Melina. Mas seria apenas um sentimento que nem, eles poderiam saber onde pudesse chegar.
Deolino, além de trabalhar e fazer sua vida, frequentando festas, bailes e outras diversões, começou a olhar para Melina com olhos de quem estivesse realmente se apaixonando, ela sempre mais linda, cortejada por outros rapazes também. Deolino conseguiu um lugar no time de vôlei. Era tudo o que ele pedia a Deus. Amigo de todos, mas sempre prestando uma gentileza a mais e um olhar cativante para Melina. Isso acontecia com calma e discretamente, pois as posturas da sociedade o exigiam.
Chegou o dia em que deu tudo certo, numa festa de igreja da comunidade, momento e local onde aconteciam muitos inícios de romances, os dois, Melina e Deolino, decidiram uma aproximação mais séria e determinaram um início de namoro, projetando para uma aproximação mais séria no baile à noite. Deu tudo certo, dançaram, conversaram e, o melhor, com aprovação do seu Arthur e dona Adelaide, que estavam presentes no baile.
Quase um ano de namoro, vôlei, festas, bailes, de mãos dadas e com algum beijinho discreto, exigências sociais da época. Parecia estar tudo tão certo a ponto de ter a impressão que mais um caso Romeu e Julieta seria escrito entre os pombinhos namoradinhos. Aconteceu que, na empresa onde trabalhava Deolino, havia necessidade de contratar um motorista que viajasse para São Paulo e Rio de Janeiro. Ele aceitou o novo emprego a começou a viajar, levando cereais para as cidades citadas. Eram viagens de quinze dias ou, até, um mês, visto que ia com carga e depois procurava outros fretes para ganhar a volta.
Sem menos querer ou pedir para que acontecesse, num evento importante de Águas do Mel, volta a passeio Marquito, aproveitando para visitar os tios e avós que continuavam morando na cidade.  Sem muito procurar, Marquito avista a linda Melina e o coração bateu muito forte como que estivesse sentindo que a amizade da infância e adolescência foi muito forte e teria sido o início de um grande amor que poderia acontecer entre os dois.
Melina também, ao ver Marquito, sentiu algo especial e começou a colocar em dúvida qual seria a profundidade do namoro com Deolino e, cada vez mais, pelo fato dele estar viajando muito, parecendo esfriar e deixar lugar para outras atitudes. Sabia Melina que havia uma senhora muito famosa, alguns até a chamava de benzedeira, e que lia mãos e cartas, uma verdadeira cartomante. Decidiu, Melina, aproveitando a ausência de Deolino, ir até a cartomante.
- Bom dia, minha filha! O que te traz até aqui?
- Ah!... Estou um pouco confusa com relação aos meus sentimentos e ao meu futuro.
- Minha filha, jogando as cartas, se concentrando e olhando firmemente para Melina, vejo que você vai ter que passar por momentos muito difíceis, parece estar no teu caminho uma tragédia. Reflita sobre tuas ações e tom e muito cuidado.
No caminho para casa, por pura coincidência ou sorte, isso só o tempo iria confirmar, Melina encontra-se com Marquito. Foi um olhar profundo, calando até o mais seguro dos sentimentos verdadeiros. Entreolharam-se.  Um bom dia. Um abraço e um discreto beijinho na face. Foram caminhando lado a lado até chegar à frente da casa de Melina. Foi quando Marquito não perdeu mais tempo, disse a Melina que estava de volta e revivendo tudo o que parecia fantasia na adolescência, que agora ela tem como um sentimento muito forte de amor e paixão e estaria pedindo para que ela aceitasse começar um namoro sério com ele.
Melina, que também tinha um sentimento especial para Deolino e estaria, inclusive, comprometida, por estar namorando e, ao mesmo tempo, confusa consigo mesma, pelas palavras da cartomante, ficou sem dar resposta embasbacando algumas palavras dizendo que não estava preparada para tal surpresa e que não poderia dar uma resposta na hora.
Marquito voltou para Santa Catarina não se dando por vencido e escrevia uma carta de poucos em poucos dias para Melina. Melina foi entrando na ideia de que Marquito seria mesmo o grande amor dela. Começou a marcar encontros nos intervalos em que Deolino sairia viajar e esfriando sempre mais o sentimento de amor para com o viajante e se aproximando sempre mais de Marquito.
Alguns meses depois, Melina recebe Deolino, vindo de uma viagem de mais de quarenta dias, e decide terminar com o namoro. Ela já estava quase noivando com Marquito. Deolino não gostou de nada do que estava acontecendo, saiu triste e disse que, se ele ficasse sabendo de alguma coisa acontecida na sua ausência, não iria ficar por isso, lavaria toda sua honra, seja da maneira que pudesse acontecer.
Marquito, feliz e vitorioso, logo tratou de marcar noivado e uma data provável de casamento. Deolino, com isso tudo e com alguns desentendimentos profissionais com a empresa, decidiu voltar para sua cidade de origem, cidade do Alto Taquari.
Marquito, ligado à agricultura voltou para Águas do Mel, casou com Melina. Viviam muito bem. Tiveram três lindos filhos. Talvez tudo poderia ter sido diferente se a volta de Deolino para a cidade não tivesse acontecido. Deolino voltou com uma empresa de mineração para explorar a extração de pedras semipreciosas. Deolino também já casado, com dois filhos. Morava há Poucas quadras de Marquito.
Numa tarde de verão, o sol quase se pondo, num restaurante próximo ao centro, na época denominada de “bodega”, onde muitos se reuniam no final da tarde para o que hoje chamamos “Happy hour”, estava Marquito conversando com amigos e, sem saber do que estava por vir ainda, entra Deolino, observa tudo, reconhece Marquito e... se aproxima...
- Boa tarde senhores e pra você, Marquito, Booaaa Noiiiteee! Dispara um tiro no lado esquerdo do peito Marquito cai como morto no chão, ficando imóvel. Deolino, não estando satisfeito, olha para Marquito, imóvel, morto e diz: vou botar o cano do meu revólver na boca e te fazer engolir uma bala para que morra comendo chumbo.
Todos os presentes assustados e com medo ficaram só observando quietos. Deolino saiu porta a fora desafiando e dizendo que iria procurar aquela que o deixou por causa do vagabundo defunto. Não teve tempo para tanto porque há poucas quadras estava a delegacia de polícia, chegaram imediatamente e o prenderam.
Socorreram Marquito, levando-o para o hospital, onde foi imediatamente atendido. Teve toda a sorte do mundo e a viveza que ninguém teria pensado em ter. O tiro não atingiu o coração. Ele se fez de morto. E o tiro na boca saiu pelo lado da bochecha, não sendo fatal. Deolino, ao ficar sabendo, não se conformou e prometeu que um dia ainda faria justiça com as próprias mãos. Deolino cumpriu sua pena na prisão, tendo sido muito curta, por ter contratado um advogado alegando legítima defesa. Agora, Deolino, está morando num destes recantos dos Pampas do Rio Grande do Sul. Marquito foi provavelmente para uma terra bem longe, Norte do Brasil.
Esperamos que o caso não tenha um novo desfecho.
                                 Sobradinho, 23 de maio de 2011.
                                                                       Diana e Nadir